Atualmente, existem diversos tipos de diabetes, incluindo o tipo 1, tipo 2, gestacional e outros mais específicos. É crucial que o paciente, familiar ou cuidador conheçam o tipo específico da doença para garantir o melhor tratamento. O diabetes tipo 2 é atualmente o mais prevalente, sendo associado ao envelhecimento, obesidade e maus hábitos de vida a longo prazo. Frequentemente, é caracterizado por uma diminuição na produção de insulina e dificuldades na sua eficácia.
Por outro lado, o diabetes tipo 1 é geralmente de origem autoimune, envolvendo a destruição das células produtoras de insulina pelo próprio organismo. Independentemente do tipo, o diabetes demanda tratamento, pois a falta de autocuidado ao longo do tempo pode acarretar diversas complicações. A retinopatia nos olhos, dificuldade na cicatrização de feridas, propensão a inflamações, neuropatia nos nervos, pressão alta e doença renal crônica são algumas das consequências.
É importante ressaltar que o diabetes descompensado exerce um impacto significativo de sobrecarga na função renal, sendo uma das principais causas da doença renal crônica (DRC) no Brasil. Segundo os dados de 2021 do Registro Brasileiro de Diálise (RBD), um banco de dados nacionais, o diabetes é a segunda causa de entrada de pacientes em tratamento de terapia renal substitutiva no Brasil, representando 23,7%, sendo que nas regiões Norte/Nordeste (33,8%) e Sul (29,1%) e é a primeira causa.
Mas qual a relação do diabetes com a doença renal crônica?
A descompensação prolongada do paciente – níveis altos ou baixos de glicose no organismo, aumento de insulina, hemoglobina glicada e da frutosamina – leva a níveis elevados e persistentes de glicose no sangue, resultando em danos aos pequenos vasos sanguíneos e aos glomérulos nos rins. Essa condição, conhecida como nefropatia diabética, contribui para a progressão da DRC. A incapacidade dos rins em filtrar eficazmente resíduos e fluidos do sangue pode eventualmente levar à necessidade de terapia renal substitutiva, aumentando o risco de morbidade e mortalidade associadas à doença renal do diabetes (DRD).
Diante desse contexto, quais são as possíveis atitudes de um paciente diabético?
Primeiro, é fundamental que o paciente saiba que a doença renal crônica é silenciosa, sem dor e sintomas por vários anos. Por vezes, o paciente começa a ter algum sintoma quando a função renal já se encontra muito limitada e com necessidade de terapia renal substitutiva. Outro ponto fundamental é buscar por profissionais de saúde – médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos ou fisioterapeutas – capazes de dialogar e com uma visão mais humanista que proporcione o melhor cuidado ao paciente no que se refere aos conselhos de saúde. Mais além, adequar a sua rotina para um planejamento de saúde eficaz que perpassa por cuidados de saúde em relação à alimentação, medicação adequada, cuidados com a saúde mental, rotina de atividade física e higiene do sono.
Pequenas mudanças fazem total diferença na preservação da saúde do seu rim e a alimentação orientada por um nutricionista que tenha conhecimento nessa área pode contribuir para melhores possibilidades alimentares e melhor saúde!
Invista em você hoje e sempre, pois o maior tesouro que temos é a nossa saúde! Texto escrito por: Sheila Jóele – Nutricionista Pós-graduanda em Nutrição nas Doenças Crônicas não Transmissíveis e Dra. Melissa Luciana de Araújo – nutricionista clínica e renal com mais de 20 anos de experiência em atendimentos de pacientes nefropatas, Doutora em Saúde e Nutrição e Docente das Faculdades Kennedy/Promove.