Quase 60% (59,4%) dos lares brasileiros estão com algum nível de insegurança alimentar, quando as famílias não têm acesso a quantidade e qualidade adequadas de alimentos.
O estudo foi realizado pelos Pesquisadores do Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça com sede na Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa ouviu duas mil pessoas que relataram a situação de seus domicílios a partir de agosto do ano passado.
Mais de 31% (31,7%) dos participantes relataram estado de insegurança alimentar leve (quando existe preocupação com a falta de alimentos); mais de 12% (12,7%) moderada (quando há falta ou redução da quantidade de alimentos para os adultos); e 15,0% relataram insegurança alimentar grave (quando a falta ou redução da quantidade de alimentos também atinge as crianças do domicílio).
A pesquisa descobriu ainda que a insegurança alimentar é mais grave em lares chefiados por mulheres (73,8,%), por pessoas de raça ou cor parda (67,8) e preta (66,8%) e lares com crianças de até 4 anos de idade (70,6%).
A nutricionista e pesquisadora Melissa Araújo explica que a insegurança alimentar observada hoje no Brasil foi acelerada pela pandemia, no entanto, ela teve início com o enfraquecimento de políticas públicas a partir de 2016.
A pesquisadora afirma que a insegurança alimentar no Brasil é um desafio para os próximos anos e será vencido apenas se o governo federal e os governos locais adotarem políticas públicas de acesso a alimentos de qualidade e a renda.
Foto: Agência Senado