Vivemos diariamente recebendo inúmeras informações e, entretanto, pouco entendimento, sobretudo no campo da alimentação.
Em nenhuma época anterior tivemos tanto acesso a textos, vídeos, podcasts e posts sobre nutrição e saúde e, quando dialogamos sobre nutrição, não são raras as discussões acerca da praticidade e rapidez, bem como quanto ao uso de suplementos nutricionais das mais diversas opções e marcas e de uma imensidão de novos gêneros alimentícios industrializados.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou 10% em cinco anos.
Uma pesquisa realizada em 2020 pela Abiad apontou 59% dos lares brasileiros como abrigando pelo menos uma pessoa que faz uso desses produtos.
Nesse viés, as vitaminas, proteínas e minerais lideraram os grupos dos itens consumidos, cujo aumento do uso pode ter reflexos positivos ou negativos, com repercussões profundas em nosso bem estar e na nossa saúde nutricional. E a alimentação adequada e saudável, onde ela está em nossas vidas?
Na direção de uma alimentação construtora de saúde e de bem-estar nutricional, em 2014, o Ministério da Saúde publicou e disponibilizou o Guia Alimentar Para a População Brasileira, que preconiza a importância da comida de verdade – representada por alimentos frescos e in natura, como os grãos, sementes e cereais, as frutas, as verduras, os legumes, leite e derivados e as carnes em geral, presentes no nosso dia a dia – bem como a preservação da diversidade e o consumo de alimentos regionais.
Essa alimentação deve ser advinda de uma agricultura orgânica de base agroecológica, que respeite o meio ambiente e nos proporcione acesso a alimentos sem agrotóxicos. A publicação também reforça a importância da ausência do terrorismo nutricional, que por vezes demoniza determinados alimentos e aterroriza a população.
Para cumprir tais premissas, sabe-se que, na área da saúde, o nutricionista é o profissional mais qualificado para aconselhar e orientar as pessoas sobre a alimentação, em todos os diferentes ciclos de vida. Esse aconselhamento deve buscar desmistificar dúvidas a respeito de tópicos de saúde e nutrição por vezes polêmicos, confusos e amplamente difundidos na mídia e na moda. Além disso, é capaz de proporcionar possibilidades alimentares realistas e viáveis aos mais diversos públicos, capazes de garantir uma alimentação de qualidade.
Por fim, fazer as pazes com a alimentação significa buscar o autocuidado pautado na construção de uma saúde advinda de informações corretas sobre a ciência da nutrição, dialogadas com profissionais nutricionistas éticos e capazes de propor soluções viáveis e adequadas sobre saúde e nutrição.
Doutoranda em Saúde e Nutrição na Universidade Federal de Ouro Preto e professora do curso de graduação em Nutrição da Faculdade Promove e Kennedy
1 Comentário
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15 de Março, 2024 at 7:03 pm -Sou a Camila da Silva, e quero parabenizar você pelo seu artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.